Biodigestores e a digestão anaeróbia como alternativa ao tratamento de efluentes não é nenhuma novidade tecnológica. É um processo metabólico complexo, que envolve uma grande variedade de microrganismos e tem como principal produto o biogás.

Nas décadas de 1970 e 1980, através de programas governamentais, foram implantados vários biodigestores no Brasil. O objetivo foi reduzir a dependência das pequenas propriedades rurais na aquisição de adubos químicos e de energia térmica, além de reduzir a poluição causada pelos dejetos animais e aumentar a renda dos criadores. Pode-se citar uma série de fatores responsáveis pelo insucesso dos programas de biodigestores no Brasil nesta época:

• Falta de conhecimento tecnológico sobre a construção e operação dos biodigestores.

• Custo de implantação e manutenção elevados (câmaras de alvenaria, concreto ou pedra, gasômetros de metal).

• O aproveitamento do biofertilizante continuava a exigir equipamentos de distribuição na forma líquida, com custos de aquisição, transporte e distribuição elevados.

• Falta de equipamentos desenvolvidos exclusivamente para o uso do biogás e a baixa durabilidade dos equipamentos adaptados para a conversão do biogás em energia (queimadores, aquecedores e motores).

Nos meados do ano 2000 uma nova onda veio no mercado do biogás. Foi-se investido em novos modelos de biodigestores, revestidos por geomembranas, tendo um custo construtivo muito menor. Porém ocorreu pouco avanço na infraestrutura e apoio técnico. Muitos projetos foram desenvolvidos pensando apenas nos créditos de carbono e ignorando outras possibilidades de aplicação.

O que tem de diferente na nova onda de biogás é a sua maior valoração. Várias são as rotas para seu aproveitamento, podendo ser utilizado como fonte de calor, geração de energia elétrica ou até mesmo substituindo o gás natural (biometano).

Porém o que não podemos deixar de lado é a importância do processo metabólico anaeróbio. De nada adianta alta tecnologia para produção e purificação de biogás se não se tem controle e conhecimento sobre o processo. É importante ressaltar que se trata de um processo biológico, envolvendo diferentes tipos de microrganismos e que estes são sensíveis às condições operacionais e ambientais da planta. Como está o acompanhamento do seu projeto? Quem avalia seus resultados? O balanço financeiro é favorável?

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Fonte: André Cestonaro do Amaral